3.11.09

Por vezes, enganamo-nos a nós próprios com as nossas próprias verdades inventadas. E fechamos os olhos para nelas crermos sem perceber quão nocivo isso pode ser. Uma mentira é uma verdade inventada.
Uma mentira é nociva quando cremos nela.

23.10.09

Não queiras ser aquilo que não és. Não me faças ser aquilo que não sou.

16.10.09

Um vermelho tão vermelho

Hoje acordei cedo de manhã. Olhei para a imagem desfocada que o espelho me devolvia e comecei a fazer a barba. Cortei-me. Um fio de sangue escorreu-me pelo pescoço abaixo. Não consigo deixar de pensar como é que um vermelho tão vermelho me corre pelo corpo.

1.9.09

Quando tu me estreitas nos teus braços, eu torno-me eu. Quando tu me olhas nos olhos, não preciso de pôr máscaras nem de fingir que sou o que quer que seja. É quando estou contigo que eu sou eu. Não sou mais ninguém.

15.8.09

Viajar

O que vale a pena numa viagem é precisamente partir à descoberta daquilo que é diferente e a que não estamos habituados. Uma viagem não é apenas ir a um sítio só para podermos dizer que lá estivemos. Uma viagem implica caminhar, ver, sentir. Se não for para isso, de que vale viajar?

20.4.09

É mais fácil ter por companheira a apatia que a coragem. Sinto esta angústia dentro de mim, por trás da garganta. Aperta-ma. E eu não consigo respirar. Os meus olhos estão húmidos, não consigo guardar aqui dentro os rios que me percorrem por dentro. É o cansaço. Será algo mais?

14.4.09

Era capaz de dar a minha mão direita só para te ter aqui ao pé de mim, para te poder abraçar, respirar o teu perfume, sentir-te bem junto a mim e acreditar por poucos minutos que fossem que o mundo é um lugar bonito para se viver.

9.4.09

Cada dia é cada vez mais difícil. A poeira assenta atrás de mim, mas eu nem sequer olho para trás. Para quê? Para ter pena? Ando de cabeça baixa, os ombros descaídos. Não sei por que caminho. Não sei por que tenho de continuar a caminhar. A estrada segue em frente, mas de que vale caminhar na berma a ver os outros que passam? Os meus pés mal se levantam do chão. Arrastam-se. Arrastam-me pela berma da estrada. É a solidão que me mata. É a desilusão que me mói. Dói.

8.3.09

Se não sabes, deverias saber.
Quando convidas o arrependimento para jantar, ele nunca aparece sozinho. Quando bate à porta traz sempre consigo os seus dois filhos e não hesita em sentá-los à tua mesa.
São eles a culpa e o ressentimento.
Se não o sabes, deverias sabê-lo.

12.1.09

Eu ansiava por aquela resposta. Tanto, tanto, que até doía não sei bem onde.

Mas aquela resposta nunca chegou. E eu deixei a esperança esvair-se de mim.