30.11.05

Este vazio

O que procuro?
Como posso procurar aquilo que não sei que procuro?
Será possível sentir falta daquilo que nunca se teve?
Será possível sentir falta do que não se conhece?
Então, porque será que sinto a falta disto?
Do quê?
Disto.
Do quê?
Disto?
Do quê?
Não sei.

28.11.05

O ponteiro do relógio não pára. Porque é que o ponteiro do relógio não pára? Pára! Porque é que o tempo não pára? Tudo pára. O tempo não. Olho para o ponteiro do relógio. E ele não pára. Queria fazer parar o tempo. Tanto que acontece à medida que o ponteiro do relógio anda. Porém, eu limito-me a olhar para o ponteiro do relógio. Eu limito-me a constatar que o tempo não pára. E limito-me a não fazer mais nada. E o ponteiro do relógio não pára. O tempo não pára.

11.11.05

não fujo do fingimento
(fingir é fugir)
não fujo do fingimento
(fugir é fingir)

4.11.05

Atira-me essa pedra.
Não me importo.
Apedrejado muitas vezes já eu fui.

Cada pedra dói cada vez menos.
Por isso não me importo.
Atira-me essa pedra.