24.8.06

Quando me quiseres encontrar, não me procures.
Porque eu não sou quem sou, nunca estou onde estou.

8.8.06

Quando eu morrer, por favor, não me chorem. Eu não sou assim tão importante. Ou, pelo menos, não me chorem muito. Eu não mereço assim tanto. Podem chorar-me no dia da cremação, mas espalhem quanto antes as minhas cinzas no campo do esquecimento. Não me recordem nunca mais. Ou talvez podem recordar-me unicamente nas datas em que faço anos de nascer e de morrer. Mas, por favor, não me chorem. Para quê chorar por quem já morreu? Não sou nem nunca fui assim tão importante.
A um morto nada se recusa, e eu não quero por nada ser muito chorado.

5.8.06

Passa a mão pelo meu cabelo.
Beija-me.
Deixa-me sem fôlego.
Respira-me.
Há muito que eu deixei de ser meu.
Há muito que eu sou só teu.