31.3.06

Auto-análise momentânea

escrever ler gostar amar desejar gritar telefonar apagar destruir rasgar dobrar fotografar apreciar afiar acender apagar olhar ver perceber espreitar brincar rir sorrir ter dar querer mostrar provar ouvir escutar sentir cheirar abrir fechar abraçar correr apertar desenhar tocar beijar pintar cantar perder ganhar ser fugir pensar caminhar andar acrescentar dividir falar conversar dizer perguntar conhecer fazer entrar sair cumprimentar defender esquecer lembrar chorar encontrar unir descobrir descalçar começar terminar mentir adivinhar fingir esconder sonegar misturar deixar parar iniciar acabar trincar pegar cortar seguir ligar beber cair levantar procurar desistir

29.3.06

nada nasce do nada

- Estás esquisito. O que se passa contigo?
- Não sei. Talvez o problema seja mesmo não se passar nada.
- E o que fazes tu para que se passe alguma coisa?
- Nada.
- Trovador... nada nasce do nada...

17.3.06

ela encontra-me no caminho
ela abraça-me
ela embala-me quando quero dormir
ela embala-me e consigo dormir
ela dança comigo uma dança cadenciada
ela é o pão meu de cada dia
ela sou eu, és tu, é ele
somos nós, sois vós, são eles
ela é a minha pedra filosofal
o elixir da longa vida, a panaceia universal

14.3.06

Estou cansado. Estou gasto. Estou farto.
Para mim o mundo já não é novidade.

Não.

Não lhe chamem pessimismo. Não é pessimismo.

É desilusão.

7.3.06

Pára

Tenho pena, mas é assim que sou.
Pára.
Pára de me puxar pelo braço. Pára de me fazer rasteiras. Pára de me gritar aos ouvidos. Pára de me fazer perguntas.
Pára.
Não sei responder e por isso encolho os ombros. Não tenho a resposta a todas as perguntas do mundo. E não as quero ter.
Pára.
Não sei quem sou, mas não quero ser quem tu queres que eu seja. Deixa-me seguir em paz. O caminho não leva a lado nenhum, mas eu quero seguir em paz.