31.7.06

Talvez

amanhã ao acordar não sinta o peso de estar só
erga a cabeça e vista aquela roupa já esgaçada de tanto uso, mas de que tanto gosto
pegue nas chaves que estão na mesinha das fotografias e saia de casa para o sol brilhante da manhã
caminhe durante longo tempo e aprecie as ruas menos concorridas da cidade, aquelas onde há árvores grandes e portas e janelas antigas e paredes com azulejos cor-de-mar e erva por entre as pedras da calçada
acabe o passeio num qualquer miradouro de onde possa ver toda a cidade a meus pés

amanhã acorde com vontade de não me queixar tanto
amanhã seja eu próprio

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