Estava eu sentado à espera de nada numa das ruas da cidade movimentada num dia de Primavera, quando alguém se dirigiu a mim querendo, com a voz cansada pelo tabaco, vender-me uma Cais acabada de sair da tipografia.
- Peço desculpa. Não tenho dinheiro. Ainda sou estudante e não tenho mesada nem outra fonte de rendimento.
- Ah, o problema das massas, não é? Olhe, eu é que agora não tenho dinheiro aqui comigo, senão teria todo o gosto em ajudá-lo.
Agora que penso nisto, julgo que aquela voz cansada e simples me ajudou mais do que aquilo que pensa.
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