20.5.05

Ao Mestre

Como eu gostava de ser um hortelão
Que com zelo cuida da sua horta.
Eu só tinha que apanhar os frutos
Das árvores que nascessem nessa horta.

Como eu gostava de ser um pobre de espírito
Que neste mundo abre os olhos quando o sol nasce
E os fecha quando o sol se põe.
Eu não tinha que ter ilusões.
Só tinha que ter uma horta.
E nessa horta umas árvores.
E dessas árvores, o seu fruto.

Quem me dera nesta vida ser um hortelão
Que pela sua horta caminha feliz
Porque não necessita de usar a razão.

3 comentários:

Marisa Fernandes disse...

Já dizia Caeiro, "pensar incomoda como andar à chuva"...
Não uses tanto a razão, abandona-a mais vezes.
Não sejas prisioneiro de ti próprio. Solta-te! Sê livre e, também como Caeiro, goza as sensações em todo o seu esplendor!
Bonito texto.

Beijinhos =)

Sara Leal disse...

Usar a Razão é-te intrínseco, andar para os lados não liberta. Há um processo de aprendizagem por detrás das tuas palavras, não as reduzas a um "se".

Beijos*

Anónimo disse...

Fui ao jardim e apanhei um ramo de hortelã...Eu cá gosto de ti... e tu, hã?! ***