Perguntam-me quem eu sou e não sei responder.
Não sei quem sou, porque nunca mo disseram.
E não sei quem sou, porque nunca fui capaz de o descobrir.
Só sei que sou aquilo que não sou.
E sei que sou aquilo que não quero ser.
Mas de resto, não sei.
Apenas sei que sou este que à beira do caminho espera, porque não sabe por onde deve seguir.
E, por isso, sei que sou este que à beira do caminho desespera, porque não tem por onde seguir.
Mas não sei.
Apenas sei que sou o peregrino desencantado,
Que segue pela estrada cantando a trova da desilusão
E que caminha sem rumo pela poeirenta estrada da razão.
E, no entanto, não sei.
Apenas sei que sou aquele que caminha pela estrada sem ter nada a perder.
Podem assaltar-me, esfaquear-me, matar-me que eu não me importo.
Assaltado, esfaqueado e morto já eu caminho por este caminho que a lado nenhum me leva.
Porém, não sei.
Por isso, não me perguntem quem sou.
Porque quem eu sou, não sei.
1 comentário:
Afinal, parece-me que sabes mais quem és do que era suposto pelo título.
Muitas vezes, são as pessoas que aparentam ter um maior caos que, ao nível do subconsciente, têm as respostas mais definidas para as perguntas essenciais da vida: quem sou? de onde venho? para onde vou?. Talvez não tenham a coragem de assumi-las perante si mesmos.
Beijinhos
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