Penso em mim e invade-me uma imensa tristeza.
Penso em mim e tropeço no meu andar, no meu não saber estar, no meu querer ser e no meu constante desistir. Tropeço em mim e neste engano de querer encontrar o que não consigo. Já não tenho forças. Desisto e caio de joelhos no chão. Desisto porque não quero continuar a lutar. Sou um cobarde. Sou um vencido que prefere desistir a resistir. E no meio da minha tristeza, não param de me gritar aos ouvidos que estou louco. Sim. É verdade. Estou louco. Estou louco. Estou louco. É verdade. Estou louco e a minha loucura é esta solidão que me agarra, esta solidão que me devora. Esta solidão que me entra e revolve e que me consome as entranhas e que não sai e que não vai embora. Esta solidão que me mata. Esta solidão que me lembra que estou vivo e que me mói e que me remói e que em mim habita e que de mim não desiste.
Não. Não vai passar. Eu bem sei.
Nem tudo passa.
4 comentários:
Muito bem escrito.
Gostei mesmo.
O teu texto identifica-se, sem tirar nem pôr, com o meu estado de espírito neste momento.
Socorremo-nos um ao outro e pode ser que juntos consigamos superar esta má onda..
estou preocupada com o meu vício de tropeçar, mesmo que não o queira.*
Aqui está a prova de que a solidão não é um vazio, mas um acumular de sensações deveras insuportáveis. Muitas vezes, é a solidão que nos vira contra nós mesmos e, que em vez de nos fazer sentir melhor, ainda piora mais as coisas.
Para além disso: "Nunca estou menos só do que quando estou só"....
Grande texto: forte e intenso, como é próprio da solidão.
Bjs
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